Em evento na Barra Funda, o líder trabalhista criticou a lacração de internet e falta de experiência de adversários da chapa PSB-PDT
(Foto: Flavio Freire/Imprensa PDT)
Ciro Gomes participou nesta segunda (9/11) de ato com apoiadores da coligação “Aqui Tem Palavra” (PSB-PDT-Avante-Solidariedade-PMN-PMB), que tem Márcio França (PSB) candidato à Prefeitura de São Paulo, com Antonio Neto (PDT) de vice. No seu discurso, Ciro ressaltou a trajetória de França, em contraposição à falta de experiência dos seus adversários, além da necessidade de acabar com o extremismo na política.
“Será que a mudança que São Paulo precisa é eleger alguém famoso da televisão que quer ter como primeira experiência administrar a cidade mais difícil de ser governada da América do Sul, que é São Paulo? Ligado a tudo que há de obscurantismo, atraso, anticiência, será que é esse que vamos chamar pra vacinar o nosso povo? Pra recuperar o ano letivo? Pra socorrer os pequenos e microeempreendedores?”, questionou.
Ciro também comentou a eleição dos Estados Unidos e a necessidade de uma frente democrática que consiga ampliar a base de eleitores e não se restrinja à “lacração de internet”.
“Não tenho nada a ver com os americanos, a vida é deles. Mas eu tinha uma torcida pelo discurso do Bernie Sanders. Quem é que pode dizer que o Bernie Sanders não é uma figura muito interessante? Ele fala aquelas coisas que a gente gostaria de ouvir. Mas a vida real não se resolve assim, e o Bernie Sanders era tão bom que teve a grandeza de entender que, pra derrubar o mal maior, era preciso ceder um pouco a um que tivesse a capacidade de dar uma beliscadinha nos votos do lado de lá. Eleição é isso. Por mais que a gente possa achar que eleição é um concurso de lacração, de palavras bonitas, não, eleição é o destino do povo. E você muitas vezes não percebe que, pra ganhar uma eleição, precisa descer um pouquinho do discurso, ceder um pouquinho da paixão, da emoção, que são comoventes, para botar a inteligência e o estratégico a serviço.”
(Foto: Leo Canabarro/Divulgação)
O líder do PDT lembrou a história de Márcio França no campo progressista e a sua competência aprovada pela população. “O Márcio França tem uma vida inteira dedicada a esse campo da luta no Brasil. Nunca precisou ficar com lacração, com discurseira, pra provar que está no campo da redemocratização, da luta pelos dos direitos sociais, da defesa do trabalhador”, afirmou. “Ninguém pode duvidar de um cara que entra na Prefeitura de São Vicente, pela porta da frente, com uma eleição generosa, e se reelege com 93% dos votos. Só quem nunca governou nada joga isso fora e começa a tentar estragar a imagem do cara sem fundamento. 93% depois de passar quatro anos experimentando o cara? É preciso que a gente mostre isso ao povo de São Paulo.”
No discurso, Ciro abordou as propostas de Márcio França, de criação de frentes de trabalho e crédito para empreendedores prejudicados pela pandemia. “Só o Márcio está falando com clareza em frentes de trabalho. Ou o Brasil faz isso ou o saque vai ser a resposta da tragédia de fome do nosso povo. Só o Márcio está falando com clareza na questão do socorro do micro e pequeno empreendedor. Porque ele é vivido, ele é experiente, ele sabe onde as coisas estão, e o que nós precisamos fazer é ajudar o povo paulistano a ver o que nós estamos vendo.”
Ele comentou ainda o ótimo desempenho de candidaturas aliadas em outras capitais do país e o significado disso na política nacional. “Nas grandes cidades, isso é uma tradição, há uma politização do voto. São Paulo botando Márcio França no segundo turno, a Martha Rocha no Rio de Janeiro, o nosso João Campos lá em Recife, o Sarto em Fortaleza que já está chegando ao primeiro lugar, em Belo Horizonte o Kalil já está com 65%, o que que o povo brasileiro das grandes cidades começa a indicar? É que nós queremos, além de escolher bons prefeitos, criar um caminho em que o extremismo, a confrontação odienta, que marca a divisão da nação brasileira de forma grave como nós estamos vendo numa hora tão dura, talvez esteja perto de ser encerrada.”
E reafirmou a importância para o país da construção da frente de centro-esquerda que vem sendo feita. “Nós construímos esse caminho. Há uma esquerda nova no Brasil, que reúne o PSB do Márcio, o PDT do Neto e nosso, a Marina da Rede, o PV, o nosso companheiro do PC do B Flávio Dino, isso é um caminho. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Chega de ódio. Unir o povo. Organizar a luta. Salvar o Brasil. Márcio França prefeito, Neto vice-prefeito!”