Março de 1964; Jango anunciava as Reformas de Base

Março de 1964; Jango anunciava as Reformas de Base – O Comício das Reformas de Base do presidente João Goulart foi um evento político realizado em 13 de março de 1964 na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Este comício marcou um momento importante na história política do país, uma vez que foi um esforço do governo de João Goulart em promover reformas sociais e econômicas consideradas fundamentais para a modernização do país.

A partir do final da década de 1950, o Brasil passou por um processo de modernização econômica, que teve como objetivo transformar o país em uma economia industrializada. No entanto, a modernização foi acompanhada por profundas desigualdades sociais, o que gerou uma forte pressão por mudanças no sistema político e econômico.

João Goulart, que assumiu a presidência em 1961, propôs um conjunto de reformas que ficaram conhecidas como Reformas de Base. Essas reformas visavam combater a pobreza e a desigualdade social no país, incluindo a reforma agrária, a reforma fiscal e tributária, a reforma urbana e a reforma educacional.

O Comício das Reformas de Base foi organizado pelo governo de João Goulart para mobilizar a população em apoio às reformas. O comício contou com a presença de milhares de pessoas, incluindo representantes de movimentos sociais e sindicais, e foi transmitido ao vivo pela televisão e pelo rádio.

No entanto, também gerou grande controvérsia e polarização política. Setores conservadores da burguesia brasileira viam as reformas como uma ameaça à ordem e à estabilidade do país, e criticavam João Goulart por sua suposta inclinação ao comunismo.

Essa polarização política levou ao golpe militar de 1964, que depôs João Goulart e instaurou uma ditadura militar que durou até 1985. As Reformas de Base, que tinham como objetivo promover a igualdade social e a democracia, foram interrompidas pelo regime militar, e o Brasil mergulhou em um período de repressão política e violação dos direitos humanos.

Após o golpe de 1964, João Goulart foi destituído do poder e obrigado a deixar o país. Ele inicialmente se refugiou no Uruguai, onde permaneceu por alguns meses, mas depois se mudou para a Argentina, onde viveu com sua família por cerca de um ano.

Durante seu exílio, João Goulart manteve contato com outros líderes políticos exilados e com organizações de esquerda que lutavam contra a ditadura militar no Brasil. Ele continuou a defender suas ideias e propostas para transformar o país em um lugar mais justo e igualitário.

Em 1966, João Goulart faleceu de um ataque cardíaco em Mercedes, na Argentina. Seu corpo foi levado de volta ao Brasil, mas o regime militar impediu que o enterro fosse realizado no país. Somente em 1976, após 10 anos de exílio e de regime militar, foi permitido que os restos mortais de João Goulart fossem enterrados no Brasil, em São Borja, sua cidade natal.

 

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